Efeitos do uso de toxina botulínica e de preenchedores na face
- Clínica Fabio Carramaschi
- 8 de jul.
- 3 min de leitura
Entenda melhor alguns efeitos colaterais que podem ocorrer e como se prevenir

Já parou para pensar em como esses procedimentos, tão comuns na medicina estética, agem no organismo ao longo do tempo? Toxina botulínica, preenchedores e bioestimuladores são amplamente usados e, por serem anunciados como minimamente invasivos, dificilmente se pensa na possibilidade de reações adversas e tampouco há diretrizes para conduzir a solução dessas possíveis reações.
Pois foi justamente esse tema que os médicos Érico Pampado Di Santis, Sérgio Henrique Hirata, Giulia Martins Di Santis e Samira Yarak pesquisaram para o artigo científico que você pode conferir na íntegra neste link.
Mas, por aqui vamos desenvolver alguns pontos principais levantados pelos pesquisadores.
Como age e possíveis efeito colaterais da toxina botulínica
A toxina botulínica (TB) vem de uma bactéria chamada Clostridium botulinum. Ela tem grande afinidade por células nervosas e consegue se ligar a elas, bloqueando a liberação de uma substância chamada acetilcolina nas junções musculares. Isso faz com que o músculo fique paralisado de forma bem específica.
No geral, os efeitos colaterais da TB costumam ser menos graves do que os de outros materiais usados em procedimentos estéticos. Algumas questões que podem aumentar o risco de efeitos indesejados, são:
A qualidade do produto
O tipo de solução usada para diluí-la
A experiência e o conhecimento do profissional que aplica
As diferenças na anatomia do rosto de cada pessoa.
Os efeitos mais comuns são a equimose, mais leve que um hematoma, e o hematoma em si. O que deve ser alertado ao paciente que, independentemente do quão fina seja a agulha, pode acontecer. É possível também haver cefaleias e enxaquecas, com dores principalmente na região da testa.
O uso e os efeitos dos preenchedores
É a Food and Drug Administration (FDA) quem conceitua os biomateriais utilizados com fins estéticos como preenchedores dérmicos ou implantes injetáveis para preenchimentos de tecidos moles, como sulco nasolabial, malares, lábios e dorso das mãos.
A maioria das reações pós-procedimento com implantes ou injeções é leve, passa rápido, pode ser revertida e não é algo grave. Essas reações geralmente acontecem por causa da resposta do corpo à presença do material, que causa uma inflamação de curto prazo.
Equimoses e hematomas são efeitos comum de surgirem após uma aplicação, já edemas e nódulos são mais raros. Mas, no geral eles desaparecem em até sete dias, sendo recomendado o uso de compressas frias para agilizar o desaparecimento.
Porém, essas reações não acontecem só por erro na técnica, elas também podem acontecer por causa do sistema imunológico do corpo, que reage de diferentes formas, como inchaço, caroços, placas duras, ou até reações granulomatosas, que são uma espécie de inflamação crônica.
O sistema imunológico pode reagir por várias razões, como o próprio material ser capaz de estimular uma resposta imune, ou por conter DNA contaminado que ativa certos receptores no corpo, levando a uma inflamação maior ou até a uma reação de hipersensibilidade.
Algumas vezes, o material pode agir como um "estimulante" que aumenta a resposta do sistema imunológico, ativando células que provocam mais inflamação e, em alguns casos, levando a doenças autoimunes ou inflamatórias.
Além disso, microrganismos como bactérias podem se instalar na área do implante, formando uma espécie de "biofilme" que pode se manifestar até anos após a realização do procedimento e serem difíceis de eliminar, podendo resistir a antibióticos.
Resumindo, não é porque um procedimento se tornou popular que você está livre da possibilidade de efeitos colaterais, por isso é fundamental procurar profissionais capacitados e de sua confiança, ainda assim é importante que esse profissional tenha toda a higiene, use produtos de boa procedência e avalie bem as suas condições de saúde antes de iniciar qualquer aplicação.